“Cantar, jogar e brincar com música é antes de tudo um fator de desenvolvimento pleno, harmônico e equilibrado do ser humano.”
OBJETIVO:
Fornecer repertório e meios para que os professores possam trabalhar a musicalidade, a concentração, a coordenação motora, a noção espacial, a
integração e a desinibição das crianças.
CONTEÚDO:
• repertório específico para bebês;
• sugestões de escuta e de como interagir;
• brincadeiras de colo;
• canções de movimento;
• histórias cantadas e sonorizadas;
• aquecimento e relaxamento.
PÚBLICO ALVO:
• professores de pré-escola;
• professores de musicalização;
• estudantes de magistério;
• pais e mães interessados em incentivar o aprendizado musical de seus filhos.
CARGA HORÁRIA: 5 horas cada oficina
DIA E HORÁRIO: dia 19 de Setembro de 2009
das 13hs às 18hs – para a oficina I
dia 26 de Setembro de 2009
das 13hs às 18hs – para a oficina II
OBS: As oficinas I e II são independentes.
O enfoque e os objetivos são os mesmos, mudando apenas o repertório
INVESTIMENTO: R$ 80,00 por oficina depositados até o dia 17 de Setembro para a oficina I e até o dia 24 de Setembro para a oficina II:
Banco Real - Agência: 1255
c/c: 9005036-2 - em nome de Sandra Regina de Carvalho
cpf: 170.995.908-80
OBS: Feito o depósito, favor passar um e-mail com o nº do comprovante,
seu nome, telefone, endereço residencial, endereço eletrônico, profissão
e data de nascimento para sandraoak@ig.com.br
CONFIRME SUA INSCRIÇÃO !!!!!
Após essa data e no dia do curso: R$ 100,00
LOCAL:
R. João Caetano, 178 – Mooca – São Paulo - SP (próximo à estação BRESSER do metrô)
OBS: O curso fornecerá certificado e apostila
Sandra Oak
Atriz, cantora, professora
Formou-se no Teatro Escola Célia Helena em 1992, trabalhou em diversos espetáculos como atriz e cantora.
Graduou-se em Canto Popular pela Universidade Livre de Música e em Educação Artística com Habilitação em Música pela UNESP.
Participou de diversas oficinas, palestras e congressos voltados para a
música infantil com Telma Chan, Maristela Loureiro, Antônio Nóbrega, Deise Alves, Marli D’Avila, Marisa Fonterrada, Samuel Kerr, Gisele Cruz, Magda
Pucci, Berenice Ferreira, Vania Ranucci Annunziato, Margareth Darezzo, Joseth Feres, Teca Alencar, Viviane Beineke, entre outros.
Lecionou teatro e musicalização em diversas escolas particulares
de São Paulo.
Atualmente é cantora do grupo Mawaca, leciona Canto e Técnica Vocal
para adultos e crianças, é professora de musicalização na “Escola de Educação Infantil Espaço Verde” e na “Escola Espaço Livre”, desenvolve junto com o músico Ramiro Marques um projeto de composição e gravação de músicas para bebês, dá aulas particulares de musicalização para bebês e promove cursos para professores nessa área.
CONTATOS: 11 9521-3392 - sandraoak@ig.com.br
Espaço virtual de encontro e troca de idéias, conhecimentos e experiências sobre o trabalho 'arteiro' com crianças da educação infantil e do ensino fundamental em desenho, pintura, colagem, graffiti, dança, música, teatro, poesia, contos, etc
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domingo, 30 de agosto de 2009
sábado, 27 de dezembro de 2008
Música Nova para Curtir: Rupestres Sonoros do Mawaca

Nesta bela tarde de sábado estou em casa com as duas filhotas. Enquanto organizo meus e-mails, vou ouvindo músicas deliciosas do novo cd do Mawaca, Rupestres Sonoros.
Fui ao show de lançamento, na Galeria Olido, nós quatro e meu sobrinho adolescente. Lindo! Fiquei emocionada com o olhar delicado sobre a musicalidade dos povos indígenas. Fiquei feliz por ver teatro estava lotado, a cada show vejo que o grupo atrai mais pessoas, e de origens diferentes. Comprei o cd para ouvir em casa.
No começo confesso que estranhei os arranjos, que misturam a música indígena e eletrônica. Achei muito diferente dos demais cds do grupo, mais acústicos, e fiquei pensando o que levou o grupo a se arriscar nessa mudança que poderia desagradar aos mais puristas. Depois percebi que a música, como arte que é, pede reflexão e recriação, e que o grupo não reproduz meramente o repertório que pesquisa, mas ao apropriar-se, recria as músicas. E vi que esse cd trouxe experiências sonoras interessantes, que fui apreciando cada vez mais.
Curioso que isso me ocorreu ouvindo. Ouvi o cd muitas vezes. Só hoje, umas quatro, voltando ainda mais nas músicas que foram virando favoritas. A ciranda indiana remix, por exemplo. De cara, não gostei, preferi a versão anterior. Mas agora estou apaixonada. Também me reapropriei das músicas do Mawaca.
Minhas filhas adoram também. Sabem várias de cor, já foram em dois shows, são fãzinhas da Zuzu Abu e da Sandra Oak, a quem gostam de imitar, da Magda Pucci com os cabelos diferentes e da Cris, que vêem no Baú de Histórias da TV Cultura. Meus alunos também amaram, principalmente Koitchangaré, Maracatus e Tambores de Minas, que aprenderam nas aulas de música.
Estou doida para mostrar esse cd para as crianças na volta às aulas. Acho que vão adorar o remix da Koitchangaré. Enquanto curto as férias, compartilho com vocês essa dica: CD Rupestres Sonoros, do Mawaca. Quem não conhece o grupo pode visitar o site www.mawaca.com.br e se encantar...
Bom final de semana. Vou ouvir minha atual favorita no cd, a Canção Kayapó.
Selma Moura
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Show do Mawaca no Auditório Ibirapuera
Domingo passado, Dia das Crianças, fui com a família no show do grupo Mawaca, no Auditório do Ibirapuera. Que programa maravilhoso! O lugar é lindo, o som é perfeito, tudo conspira a favor do show, com qualidade e conforto, mas principalmente, cultura.
Devo explicar primeiro que nós quatro somos grandes fãs do Mawaca. Minhas filhotas sabem de cor as músicas dos dois cds (Astrolábio Tucupira e Mawaca pra todo canto) e do dvd, que nós já vimos várias vezes. O trabalho do grupo é primoroso, traz músicas de muitos lugares do mundo e arranjos musicais originais, que integram uma enorme variedade de instrumentos, criativamente reconfigurando os sons e ritmos das músicas.

O formato desse show foi diferente: Através da contação de histórias, contextualizaram as músicas apresentadas, aproximando-as das crianças e tornando-as mais significativas e inesquecíveis. Essa é também a proposta do livro "De todos os Cantos do Mundo", de Heloísa Prieto e Magda Pucci, que obviamente tivemos que comprar para ler, ouvir e relembrar as histórias em casa.
Minhas filhas adoraram o show, e eu também me diverti e aprendi muito. Dançamos, cantamos, batucamos no colo, acompanhamos com palmas, e olhamos em volta, o auditório todo empolgado e participativo.
No final, o grupo recebeu as crianças com conversas, beijos e abraços, aproximando-as do universo artístico de um modo como apenas em um espetáculo como esse pode-se fazer. As meninas as abraçaram , beijaram e conversaram com naturalidade, sem aquela tietagem que acompanha a cultura de massa consumista que se vê por aí. Na volta para casa comentaram como elas eram bonitas e 'normais'. Fiquei feliz com o comentário, pois mostra que a arte está acessível, faz parte de nosso mundo, e está ao alcance das crianças se dedicarem, trabalharem e desenvolverem seus conhecimentos artísticos.
Voltamos ouvindo o cd que acompanha o livro, relembrando o show e nos divertindo. Na segunda-feira, a Tarsila levou o livro para mostrar aos amigos. Vamos adotá-lo com a turma do 3º ano no ano que vem, pois dá base para um projeto maravilhoso de estudo de outros povos e culturas através da música.
Eu chamei as meninas para me ajudarem a escrever este post, contando como foi a experiência para elas. Seguem abaixo os comentários delas:
Devo explicar primeiro que nós quatro somos grandes fãs do Mawaca. Minhas filhotas sabem de cor as músicas dos dois cds (Astrolábio Tucupira e Mawaca pra todo canto) e do dvd, que nós já vimos várias vezes. O trabalho do grupo é primoroso, traz músicas de muitos lugares do mundo e arranjos musicais originais, que integram uma enorme variedade de instrumentos, criativamente reconfigurando os sons e ritmos das músicas.

O formato desse show foi diferente: Através da contação de histórias, contextualizaram as músicas apresentadas, aproximando-as das crianças e tornando-as mais significativas e inesquecíveis. Essa é também a proposta do livro "De todos os Cantos do Mundo", de Heloísa Prieto e Magda Pucci, que obviamente tivemos que comprar para ler, ouvir e relembrar as histórias em casa.
Minhas filhas adoraram o show, e eu também me diverti e aprendi muito. Dançamos, cantamos, batucamos no colo, acompanhamos com palmas, e olhamos em volta, o auditório todo empolgado e participativo.
Voltamos ouvindo o cd que acompanha o livro, relembrando o show e nos divertindo. Na segunda-feira, a Tarsila levou o livro para mostrar aos amigos. Vamos adotá-lo com a turma do 3º ano no ano que vem, pois dá base para um projeto maravilhoso de estudo de outros povos e culturas através da música.
Eu chamei as meninas para me ajudarem a escrever este post, contando como foi a experiência para elas. Seguem abaixo os comentários delas:
"Eu gostei da história da 'mariposa', quando elas cantam em espanhol.
Eu também gostei quando elas ensinaram uma dança pra platéia, e mostrei para os meus amigos na escola. No dia das crianças eu ganhei uma alfaia, e estou tocando as músicas do Mawaca. Eu gosto de todas as artistas, mas eu gosto mais da Cristina Guiçá, da Magda e da Sandra. Eu também gosto da Cris Miguel, que dança "Cirandeiro", pena que ela não estava lá, mas eu vejo ela no Rá Tim Bum" (Tarsila)
"Eu também gostei da história da 'mariposa', de quando se perguntava 'Eres cubana?' e elas respondiam, 'No soy cubana'. Também achei legal a parte da 'arenita azul'. As roupas delas no show eram muito bonitas, a da Zuzu Abu e da Sandra Oak eram azuis, todas eram de cores parecidas, mas não iguais. As vozes eram doces, cada história tinha seus detalhes, e as músicas eram bonitas, muito diferentes e legais. A minha música favorita do Mawaca é Bre Petrunko, porque tem partes engraçadas, como o 'ai, ai' da Sandra. No final do show nós fomos pedir autógrafos no novo livro e elas foram legais. Eu gosto de todas, principalmente da Cristina, da Sandra e da Zuzu". (Isabela)
"Eu também gostei da história da 'mariposa', de quando se perguntava 'Eres cubana?' e elas respondiam, 'No soy cubana'. Também achei legal a parte da 'arenita azul'. As roupas delas no show eram muito bonitas, a da Zuzu Abu e da Sandra Oak eram azuis, todas eram de cores parecidas, mas não iguais. As vozes eram doces, cada história tinha seus detalhes, e as músicas eram bonitas, muito diferentes e legais. A minha música favorita do Mawaca é Bre Petrunko, porque tem partes engraçadas, como o 'ai, ai' da Sandra. No final do show nós fomos pedir autógrafos no novo livro e elas foram legais. Eu gosto de todas, principalmente da Cristina, da Sandra e da Zuzu". (Isabela)
Em novembro será lançado o novo cd no SESC Santo André. Mal posso esperar!
sábado, 4 de outubro de 2008
Enfim, música nas escolas outra vez!
Recebi este texto pela Zeneide, creio que é do interesse do blog.
Enfim, Música nas escolas outra vez!
Júlio Medaglia
É preciso abrir a mente dos jovens para muitas vivências sonoras e mostrar-lhes como é grande e colorido o mundo musical universal.
Na década de 1930, a carreira internacional de Heitor Villa-Lobos fluía muito bem. Ao ver, porém, a expansão dos meios eletrônicos de massa, o rádio e a gravação de discos, apaixonado pelo Brasil como era, resolveu permanecer aqui para iniciar um projeto de ensino musical nas escolas. Pretendia, assim, proteger nosso povo de um possível ataque maléfico dessa emergente indústria da cultura, que ele chamava de música de repetição.
Dizia, não com estas palavras, que o brasileiro deveria ser municiado de informações musicais sólidas, pois poderia ficar refém dessa máquina, seguramente mais preocupada em comercializar seus produtos que em prestar serviços à cultura nacional.
Não se tem notícias de um raciocínio tão coerente e premonitório como esse, sobretudo quando se observa a realidade cultural atual.
Esse bombardeio via satélite, promovido por uma indústria cultural que se expande na mesma proporção em que baixa o nível artístico da produção, ocorre internacionalmente, direcionando o público no sentido de um frenético “consuma e descarte” que, tratando de bens comuns, pode funcionar, mas, quando aplicado à criação artística, promove verdadeira devastação na sensibilidade humana.
Inicialmente apoiado pelo interventor federal em São Paulo, tenente João Alberto, Villa fez uma longa viagem ao interior de nosso Estado -carregando um piano consigo!-, iniciando uma verdadeira caravana em prol da divulgação e do ensino de uma música de qualidade.
Com o bom resultado da experiência/aventura , o grande educador Anísio Teixeira, então secretário de Educação do Rio, criou para Villa uma Superintendência da Educação Musical e Artística. Próximo do poder central, Villa fez seu projeto chegar a Getúlio.
O ditador, encantado com as manifestações de massa do ufanismo patriótico nazifascista da Europa, viu nas concentrações corais de Villa o instrumento ideal para promover algo semelhante no Brasil. Assim, decretou a obrigatoriedade do ensino musical no país. Em seguida, criou-se o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico para a formação de professores, o qual Villa dirigiu até sua morte, em 1959.
Por mais que se possa ter criticado componentes daquele projeto, o canto orfeônico prestou inestimáveis serviços à formação do brasileiro.
Com a criação do “Guia Prático”, harmonização de 137 cantos populares das diversas regiões, Villa fazia com que o Brasil se conhecesse por meio da música e, ao vocalizá-los, que o jovem se autodisciplinasse. Nessas aulas chegava ao jovem também a informação de um universo musical amplo, assim como o conhecimento da música dos grandes mestres.
Em 1972, o coronel Jarbas Passarinho, então ministro da Educação e Cultura, prestou um desserviço à nação ao extinguir o ensino musical nas escolas, provavelmente temendo o poder feiticeiro, talvez “subversivo” da música.
Nestes 36 anos, não faltaram empenhos para trazer de volta o ensino musical ao jovem, já que essa forma de expressão é a que mais acompanha o ser humano na vida.
Recentemente, a senadora Roseana Sarney apresentou um projeto que alterava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, propondo a obrigatoriedade do ensino musical nas escolas. Para surpresa geral, essa proposta foi aprovada rápida e unanimemente no Senado e na Câmara. No dia 18/8, o presidente Lula sancionou esse projeto de lei, dando três anos às comissões de ensino para se adaptarem às exigências pedagógicas estabelecidas nos artigos 1º e 2º dessa lei.
Surge agora o debate de como conduzir a criação de um currículo. Teme-se que comissões de endiabrados “alquimistas” se reúnam por décadas para a elaboração de um monstrengo pedagógico, enquanto outros, sabedores da urgência da aplicação desse ensino, optem pela criação de algo prático e imediato.
Sou da opinião de que se crie uma comissão mínima para debater o assunto, com apoio do Ministério da Cultura, e se elabore um currículo prático e compacto de no máximo dez páginas. Para que, com ele, um músico de formação razoável -sem mil diplomas, licenciaturas ou mestrados!- possa entrar numa sala de aula e exibir vídeos, CDs, fazer as crianças cantarem o “Guia Prático”, conhecer os hinos nacionais, tocar instrumentos simples, talvez fabricados por eles mesmos, baseados nas experiências do método Carl Orff.
Assim, pode-se abrir a mente dos jovens para muitas vivências sonoras e mostrar-lhes como é grande e colorido o mundo musical universal, bem diferente daquele que ele vê na TV.
E que se faça isso rapidamente, antes que o processo de imbecilização coletiva via satélite ganhe essa guerra.
JÚLIO MEDAGLIA , 70, é maestro.
www.juliomedaglia. com.br
http://www.famalia. com.br/boletim/ ?p=5734
Enfim, Música nas escolas outra vez!
Júlio Medaglia
É preciso abrir a mente dos jovens para muitas vivências sonoras e mostrar-lhes como é grande e colorido o mundo musical universal.
Na década de 1930, a carreira internacional de Heitor Villa-Lobos fluía muito bem. Ao ver, porém, a expansão dos meios eletrônicos de massa, o rádio e a gravação de discos, apaixonado pelo Brasil como era, resolveu permanecer aqui para iniciar um projeto de ensino musical nas escolas. Pretendia, assim, proteger nosso povo de um possível ataque maléfico dessa emergente indústria da cultura, que ele chamava de música de repetição.
Dizia, não com estas palavras, que o brasileiro deveria ser municiado de informações musicais sólidas, pois poderia ficar refém dessa máquina, seguramente mais preocupada em comercializar seus produtos que em prestar serviços à cultura nacional.
Não se tem notícias de um raciocínio tão coerente e premonitório como esse, sobretudo quando se observa a realidade cultural atual.
Esse bombardeio via satélite, promovido por uma indústria cultural que se expande na mesma proporção em que baixa o nível artístico da produção, ocorre internacionalmente, direcionando o público no sentido de um frenético “consuma e descarte” que, tratando de bens comuns, pode funcionar, mas, quando aplicado à criação artística, promove verdadeira devastação na sensibilidade humana.
Inicialmente apoiado pelo interventor federal em São Paulo, tenente João Alberto, Villa fez uma longa viagem ao interior de nosso Estado -carregando um piano consigo!-, iniciando uma verdadeira caravana em prol da divulgação e do ensino de uma música de qualidade.
Com o bom resultado da experiência/aventura , o grande educador Anísio Teixeira, então secretário de Educação do Rio, criou para Villa uma Superintendência da Educação Musical e Artística. Próximo do poder central, Villa fez seu projeto chegar a Getúlio.
O ditador, encantado com as manifestações de massa do ufanismo patriótico nazifascista da Europa, viu nas concentrações corais de Villa o instrumento ideal para promover algo semelhante no Brasil. Assim, decretou a obrigatoriedade do ensino musical no país. Em seguida, criou-se o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico para a formação de professores, o qual Villa dirigiu até sua morte, em 1959.
Por mais que se possa ter criticado componentes daquele projeto, o canto orfeônico prestou inestimáveis serviços à formação do brasileiro.
Com a criação do “Guia Prático”, harmonização de 137 cantos populares das diversas regiões, Villa fazia com que o Brasil se conhecesse por meio da música e, ao vocalizá-los, que o jovem se autodisciplinasse. Nessas aulas chegava ao jovem também a informação de um universo musical amplo, assim como o conhecimento da música dos grandes mestres.
Em 1972, o coronel Jarbas Passarinho, então ministro da Educação e Cultura, prestou um desserviço à nação ao extinguir o ensino musical nas escolas, provavelmente temendo o poder feiticeiro, talvez “subversivo” da música.
Nestes 36 anos, não faltaram empenhos para trazer de volta o ensino musical ao jovem, já que essa forma de expressão é a que mais acompanha o ser humano na vida.
Recentemente, a senadora Roseana Sarney apresentou um projeto que alterava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, propondo a obrigatoriedade do ensino musical nas escolas. Para surpresa geral, essa proposta foi aprovada rápida e unanimemente no Senado e na Câmara. No dia 18/8, o presidente Lula sancionou esse projeto de lei, dando três anos às comissões de ensino para se adaptarem às exigências pedagógicas estabelecidas nos artigos 1º e 2º dessa lei.
Surge agora o debate de como conduzir a criação de um currículo. Teme-se que comissões de endiabrados “alquimistas” se reúnam por décadas para a elaboração de um monstrengo pedagógico, enquanto outros, sabedores da urgência da aplicação desse ensino, optem pela criação de algo prático e imediato.
Sou da opinião de que se crie uma comissão mínima para debater o assunto, com apoio do Ministério da Cultura, e se elabore um currículo prático e compacto de no máximo dez páginas. Para que, com ele, um músico de formação razoável -sem mil diplomas, licenciaturas ou mestrados!- possa entrar numa sala de aula e exibir vídeos, CDs, fazer as crianças cantarem o “Guia Prático”, conhecer os hinos nacionais, tocar instrumentos simples, talvez fabricados por eles mesmos, baseados nas experiências do método Carl Orff.
Assim, pode-se abrir a mente dos jovens para muitas vivências sonoras e mostrar-lhes como é grande e colorido o mundo musical universal, bem diferente daquele que ele vê na TV.
E que se faça isso rapidamente, antes que o processo de imbecilização coletiva via satélite ganhe essa guerra.
JÚLIO MEDAGLIA , 70, é maestro.
www.juliomedaglia. com.br
http://www.famalia. com.br/boletim/ ?p=5734
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